Territorio dos Clãs

| Elizabeth Michaelis | 1,57 | Fledermaus - Original |

***


| Mary Akimiti 22y | 81 cm/2 m | Wolf - Rastreadora |

| Elizabeth Michaelis ??y | 1,57 | Fledermaus - Original |

Um suspiro longo veio logo após o mago fechar a porta, as bochechas suavemente vermelhas com um nervosismo se revirando no estomago; sua conversa com John tinha sido constrangedora, dava pra ver nos poros do companheiro de equipe sua desaprovação. - Eu to achando que ele teve uma ideia muito errada...

Lohan refletiu, andando de volta ate a cama e sentando - com um certo cuidado - vendo como Deimos todo carrancudo andar pelo quarto, bagunçando sua mochila atrás de uma muda de roupas. O mago sorriu bobamente pois ate de mal humor o lobo parecia encantador na visão do menor, não vendo o quão sorrateiramente o moreno veio e o derrubou juntamente na cama novamente.

- Deimos! - dei uns tapinhas em seu ombro - Sem corpo mole, llegamos tarde amor.

Depois de vários resmungos vi o lobo ir tomar seu banho, decidi parar de fazer corpo mole e passei a dar um trato no quarto, arrumando a cama e claro nossas bagagens. Quando Deimos saiu ja tava tudo pronto, descemos conversando sobre qual seria nosso próximo passo apesar que deixar tudo ensaiado não passava uma boa impressão, então decidi deixar seu namorado lidar com a parte da conversa.

Parando pra pensar, sua presença ali não fazia muita diferença... Tentaria não atrapalhar muito.

Quando chegamos, Jhon e Elizabeth tomavam seu café, mas não sabia bem o que a senhorita Elizabeth tomaria além de sangue, nos aproximamos e desejei um bom dia educadamente. O café foi resumido a estratégias e conselhos de Elizabeth que foram devidamente anotados por Lohan, com uma despedida breve cada dupla seguiu um caminho diferente após ter trocado rapidamente os contatos.


O sol não estava forte e o vento trazia uma brisa gostosa, o dia tava perfeito pra uma pequena aventura, digo, investigação. O comercio ainda abria e portanto não tinha tanto movimento, dando liberdade aos dois para conversas e mesmo assim se mantinham discretos, de mãos dadas, todo cuidado era pouco.

L: Eu acho que é por ali. - apontei pro sul -

D: Na verdade é por ali. - Apontou pro leste-

L: Como? Ah, esquece.

Deimos sorriu de ladinho, brincando se eu não gostaria de fazer uma aposta, franzi em cenho, tendo plena certeza de que seria um passo muito perigoso; neguei com a cabeça e deixei que guiasse o caminho. Não demorou pra acharmos um pequeno porto, alguns barcos de pequeno porte, outras lanchas pra transporte mais rápido, olhei em volta procurando alguém que pudesse nos orientar.

Foi quando um senhor apareceu, vindo de uma cabana perto do porto, ele parecia um pouco grosseiro ao ir direto no ponto, pergutando aonde queriamos ir, na verdade se não fosse pesca... so tinha um lugar.

Foi um processo rapido, não demerou pra sentir as ondas calmas balançando o barco, assim como o vento ficar mais rápido, tínhamos mais dois marinheiros junto conosco, Lohan explorou um pouco o pequeno barco, verificando tudo com uma falsa curiosidade, quando senti falta de uma presença ao meu lado.

- Deimos voc- Me interrompi ao ver o lobo todo mole no canto, a testa franzida como se estivesse recitando um mantra. Oh, eu tinha me esquecido. - mi amor, ¿estás bien?

Me aproximei, ficando ao seu ladinho enquanto minha destra deslizou para trás, indo de encontro a suas costas, fazendo um suave carinho. Sua voz se atrapalhava em sua outra língua.- Me desculpa, eu esqueci.

Trouxe o moreno pra mais perto pegando um remédio da minha pequena bolsa, tinha que estar sempre preparado, lhe dei um remédio pra enjoo; ele era só um pouco amargo. Olhei pra frente, a ilha isolada que parecia tão longe, estava cada vez mais perto, parecia sem vida e um tanto obscura, dispersei tal pensamento me voltando pra Deimos. - Olha ali, estamos chegando ok?.

Sussurrei suave, como um farfalhar de folhas enquanto o distraia um pouco daquele balançar do barco, não demoraríamos pra descer no nosso destino.

======= TREM =======

As imagens passavam rapidamente pela janela, um borrão de cores se misturando e deixando tudo para trás conforme o trem avançava para seu destino e ali estava Shiro, encostado num banco, a cabeça tombada pro lado.

O olhar gélido apenas via, a íris esmeralda sem vida, dizendo que tinha deixado uma parte sua para trás.

Ele descobriu sobre seu passado.

Ele sabe, ele sabe, ele sabe.
( É agora deve achar-lo uma pessoa horrivel)

Ele me odeia agora não é?

Porque eu faço tudo errado? Sempre, sempre errado. Porque? Porque?

Eu fiquei com medo... Com medo de perdê-lo e por isso fugi, acredito que depois disso ele nunca mais vai querer me ver e a culpa e minha.

A culpa é sempre minha.

Ginna estava certa em me relacionar com meu eu antigo, eu ainda fugia a pequena menção de mudança.

Eu vou sempre ser, não é? Um medroso psicótico.

De novo, de novo, de novo.

As presas salientes, roçando nos lábios pálidos, sua língua rodeando entre os dentes, um tique.

Aquela sede, vai estar sempre comigo, não é?

Seu coração doía enquanto sua garganta o sufoca, as lagrimas desciam sem controle algum. Enquanto minhas mãos tremem e arrancam meus fios de cabelo com força.

Se punindo.

Pelo o que sou.
Pelo Victor.
Por tudo.

Eu não deveria ter acreditado que estava tudo bem. Que eu tinha liberdade, que eu tinha um amor, que eu...

Eu nunca mereci nada disso.

No fim eu merecia a solidão.

Sozinho. É o meu destino.

Sangue... Sinto falta do seu gosto.

O gosto de ferro.

Vermelho, Vermelho, Vermelho.

Meus lábios doem, os mordi com força e agora sinto o gosto que tanto temo, é nojeto e gostoso ao mesmo tempo.

Eu quero mais, preciso de mais, necessito de mais.

Eu preciso de mais.

As lagrimas corriam, se misturando com pequenas gotas de sangue, Shiro se sentia uma bagunça, ele estava uma bagunça.

Eu sinto muito.

Eu sinto muito por tudo.

Sinto vontade...

Não tenho mais nada. Não sinto mais nada.

Só o gosto de ferro, boca inchada e machucada, mordida, mordida, mordida - mesclando-se ao desejo, desejo, desejo.

Talvez isso seja um pesadelo.

Acordar? Acordar, acorda.

A visão turva, acho que é minha deixa, estava escurecendo.

— Chegand-?

Pelos deuses, se soubesse que iria tomar o café da manhã outra vez, não teria repetido o sanduíche de salame. Mais alguns minutos naquela embarcação e os peixes seriam agraciados com a maravilhosa culinária da cidade de Trusdey.


A prisão se levantava imponente à sua frente. Pedras enormes e escuras encaixadas umas sob as outras de uma maneira misteriosa e mágica. Um arrepio percorreu sua espinha quando a brisa salgada beijou sua pele sensível.

— Suas identificações. — um guarda pronunciou com a postura relaxada.

Obviamente não considerava dois adolescentes como ameaça. Compreensível, embora esse equívoco pudesse ser um erro custoso.

Lohan os apresentou e Deimos imitou seu gesto ao mostrar a insígnia da FAGWS. O homem, alto e corpulento, encarou alguns documentos antes de permitir a passagem acompanhada dos dois.

— Diga. — o guarda nem ao menos olhou para os garotos. Completamente focado nos dados impressos no papel.

— Viemos investigar a fuga de um dos seus prisioneiros. — Deimos respondeu convicto.

As pálpebras do guarda tremeram de maneira quase imperceptível. Dedos gelados seguraram o queixo do wolf e empinaram seu rosto para cima. O guarda o encarou enquanto girava seu rosto para lá e para cá. O aperto machucou, mas não tentou se desvencilhar.

Ele o soltou bruscamente e voltou a analisar os papéis em sua mão.

— Vamos acompanhá-los até as celas. — outro guarda adiantou-se e fez sinal de sentido, entrando para dentro da prisão e esperando que os dois adolescentes o seguissem.


Ele tinha quatro ou cinco anos quando escutou pela primeira vez as histórias. Ainda se lembra de como fechou os punhos ao enfrentar aquela sensação. O medo que, aos poucos, escalou seu corpo e lambeu sua pele.

Foi assim que os pesadelos começaram, meses antes de se tornarem reais.

Quando pisou naquela cela pela primeira vez, todo aquele terror voltou como uma lâmina afiada e fria. O cheiro, apesar de estranho, lhe pareceu cruelmente familiar. O odor inconfundível do enxofre ardeu em suas narinas como brasa. Os pelos de seu braço se arrepiaram e ele sentiu uma pressão incomoda sobre os ombros, como se algo tentasse se esgueirar para dentro de sua mente.

O longo corredor ampliou o som das botas dos guardas e isso o fez despertar do transe assombroso.

Girou o pescoço, procurando por algo de útil naquele minúsculo quadrado de pedras escuras. Mas não havia nada ali; nada além de grossas correntes de ferro e aquele cheiro insuportável.

— Correntes...? — questionou para si mesmo.

Seu olhar encontrou o de Lohan que parecia focado em alguns rabiscos nas paredes enquanto conversava com um dos guardas. Não sabia exatamente o que fazer, então deixou o instinto guiar.

Rastreou o cheiro da prisioneira e observou a janela por onde ela provavelmente havia escapado. O vidro parecia novo em comparação com os outros — recentemente reposto, pensou. Mas ainda havia algumas gotas de sangue no peitoril, o suficiente para que a essência dela se fixasse em sua memória.

Natsuki Shirogane

Ah, o perfume do fluxo da vida, da ferrugem e da água salgada. O cheiro da morte iminente. Era como uma escuridão sem fim, puxando cada parte de seu corpo, deixando-o tão pesado quanto chumbo.

Os olhos fechados, recusando-se a abrir, recusando-se a encarar a realidade que vivia. Talvez fosse por isso que fugia? Shiro odiava ser assim. Odiava o que via no espelho toda manhã, odiava seu jeito; tudo.

E quando alguém finalmente o queria... O deixou para trás na primeira oportunidade e so ''Deus'' sabe o que faria de agora em diante.

Victor Vladmir:


Olhei aqueles vagões sentindo algo no meu estômago... cada cabine me fazia ter menos esperanças de o encontrar ... imaginava que do jeito que era teria vindo pro fundo do trem ... mais nada cada porta me deixava mais ansioso tentava evitar pensar e apenas continuava buscando força de onde nem sei. 


Os passageiros me olhavam e quem estava nas cabines reclamava de minha "inspeção" não parei mesmo sabendo que deveria bater apenas abria e as trancadas literalmente danificava a fechadura pouco ligando pras consequências deixando um rastro de reclamação por onde passei ... 


Então ao abrir aquela porta finalmente o encontrei ... 


-- O que você pensa que está fazendo?! -- o abordei finalmente deixando a tensão dos meus nervos aliviaram 


Meu estado físico devia estar bem desleixado. Por isso larguei a porta passando a mão pelo cabelo um tanto desconfortavel por não estar nem um pouco apresentável. Respirei me contendo pra não continuar meu discurso queria muito avança nele o chacoalhar até colocar um pouco de bom senso em sua cabeça... 


Não sei se isso resolveria 
Cai no chão sem conseguir reagir de outra forma.

Aleksander — ♫

Não havia comido quase nada no jantar; a ansiedade embrulhada em seu estômago ocupou a maior parte do espaço. Preferiu inteirar seu irmão da maioria dos eventos históricos e daquilo que fosse de relevância para eles e a missão.

Acordou antes dos primeiros raios de Sol, a aurora tingia a face das imensas esculturas em tons de dourado e laranja. Passou por baixo da cúpula e o dia lindo que fazia lhe pareceu estranhamente errado. Flash já estava lá quando chegou, Ajax murmurou um "bom dia" amigável para o garoto e acenou com a cabeça para ele.

No centro do salão, o chão já estava tingido com as runas ritualísticas para a ampliação do seu poder. Sem ter muito mais o que fazer encostou-se numa das vigas de pedra e ficou observando, pela milésima vez, como os raios solares brincavam com a arquitetura do lugar; já sabendo exatamente quais caminhos trilhariam.

Finalmente quando todos estavam ali, Ajax adentrou o círculo mágico. Pediu que o seguissem, os mantendo dentro dos limites do selo. Com uma agulha pediu com licença e retirou uma gota de sangue do dedo de cada um.

O líquido vermelho flutuou no ar mesclando-se numa pequena bola vermelha e viva. Com sua adaga cortou a palma da mão e uma quantia maior de sangue juntou-se ao pequeno organismo vivo.

Ajax olhou para os velhos que regiam a ordem de tudo o que ele conhecia. Não precisou de palavras para ele compreender o aviso e a ameaça no olhar do ancião: "Cuidado". Não com a missão e nem com seus colegas, mas com a ameaça que ele mesmo representava. Sentiu como se tivesse uma adaga apontada para seu pescoço. Bastava uma escolha sua... Aleksander sorriu em resposta.


Tudo se dissolveu à sua volta, exceto ele. Todas as coisas se transformando em apenas cores líquidas que se mesclavam e pareciam deslizar para si. Nas primeiras viagens era inevitável o refluxo que sentia do excesso de informação, mas com o tempo Aleksander se acostumou e aprendeu a ignorar tudo aquilo que lhe era inútil.

Para seus companheiros a viagem foi como piscar, mas para ele o tempo fluía de forma diferente. As gotas de sangue voltaram para seus donos, embora, desta vez, elas levassem consigo o sangue de Aleksander.

Um pequeno arrepio subiu pela espinha de Lohan, aquele local lhe dava calafrios e estar rodeados de guardas com o semblante fechado como se detestassem sua presença ali. Tudo parecia sem cor, sem vida, como se a tela de um pintor insistisse em ficar cinza, se encolheu quando o guarda pediu suas identificações; reunindo o máximo de coragem para não gaguejar diante do oficial, apresentando-se juntamente a Deimos.

Lohan sentia as pontas de seus dedos tremerem, ansioso, com medo ao ver o guarda segurar duramente o rosto do lobo, puxando um pouco; deve ter doído - se certificaria de passar uma pomada caso ficasse marcado depois - seguiu bem atrás de Deimos, tudo parecia ter a melhor tecnologia possível, assim como podia sentir traços de magia por todo lugar, era assim que mantinham uma prisão de segurança máxima? Interessante.


O cheiro era estranho, mas nada que remetesse a algo que pudesse identificar. Lohan julgou ser algo normal de uma cadeia? Observou o quadrado, era minúsculo, quase impossível de uma pessoa viver normalmente ali, Deimos ja olhava a cela por dentro, portanto so tirou um de seus caderninhos e começou a fazer anotações, como a cela se parecia, o detalhe nas paredes e as marcas feitas a força, o detalhe da janela.

Pra finalizar melhor ainda, tentou conversar com um dos guardas ali próximo, sua voz baixa e tremula ao fazer perguntas do cotidiano da detenta, sobre sua alimentação, seus horários livres, principalmente seu comportamento ou se tinha dado a entender algum momento que fugiria. Mas no fim suas perguntas não deram muitas dicas uteis. O mago se voltou pra Deimos, chegando pertinho ao puxar a manga de sua blusa. - Tudo bem? Eu não sei se tem muita coisa aqui pra gente... O que você acha De?