Territorio dos Clãs

Azeroth



Evanlyn Fellnor/Morbus a Praga

No início era tudo vazio. Todos os dias eram noite e não havia tempo, somente o mesmo silêncio. E mais silêncio.
Morbus estava estranhamente calado aquele dia, e se você não o conhecesse, é o demônio que habita em mim.
A traída.
A praga.
A condenada.
Meu corpo desperta, mas eu realmente não queria despertar. A morte seria misericordiosa, mas não havia misericórdia naquele lugar.
Flexionei meu corpo, e esperei algum sinal da entendidade. Nem ela me faria companhia hoje.

- Acorde.

Um guarda gritou. Franzi levemente o cenho, fazia... Tentei pensar num ponto de memória, mas não encontrei um próximo em que eu tivesse tido contato com alguém. Levantei levemente os olhos, e a porta se abriu, os humanos carregavam consigo objetos luminosos, que machucaram meus olhos, ainda assim sorri fracamente. Luz.

- Você será transferida para uma cela mais... Confortável - Brincou tentando me apavorar, era só uma nova forma de me torturar. Mas me trocar da cela, seria perigoso.

Os humanos se aproximaram e começaram a mexer nas correntes, me assustando. As últimas vezes que eu tive contato com eles, a dor fora inimaginável. Tentei falar, avisar que era uma má ideia, mas nenhuma palavra se formou. Logo, elas foram soltas e os soldados a seguravam firmemente. Mas não seria suficiente. Meus olhos brilharam amarelo, quando Morbus acordou.

"Finalmente... Liberdade" Ele disse na minha mente, pude ouvir um suspiro e de repente, eu já não estava no controle da situação.

Morbus levantou-se calmamente, parecendo amigável. Estremeci por dentro, tentando lutar para tomar o controle. Os humanos alheios ao caos, me puxaram pra fora da sala, com a pouca força que eu ainda tinha dentro dele, tentei recuar, mas eles simplesmente me arrastaram pra fora. Ele se prepara pra esse momento, fora da sala não havia magia que o prendesse tão fortemente. Atravessamos a porta, e então Morbus se revelou.

Algo como um grito enfraquecido escapou dos meus lábios, mas já era tarde demais. Morbus puxava as correntes das mãos dos soldados, jogando-os longe. Balas e espadas cravaram nossa pele, mas rapidamente se deterioraram. O sangue escorria, e o demônio conseguiu soltar-se, desacordado os humanos que tentavam contê-lo, batendo seus corpos frágeis nas paredes de Azeroth. Não fazia sentido, uma alta sirene tocara e isso me aliviou, sabendo que ele seria parado. Um sorriso saiu dos meus lábios controlados pela entidade, e então ele correu na direção de uma janela, o vidro pouco rompeu nossa pele antes de se desfazer e então caímos, como se fosse pra sempre, em direção ao mar.

Evanlyn Fellnor/Morbus a Praga

Meu corpo emerge da água salgada, pisando na areia. Eu ainda podia ouvir as sirenes e atrás de mim, barcos se dirigiam em minha direção... A nossa direção. Balancei a cabeça, negando a ideia e feliz que eu tinha mais controle do meu corpo agora. Apesar do cansaço, a coisa impulsionou nosso corpo para frente e comecei a correr, graças a sua força sobre humana.
O corpo nu, ao entrar em contato com o chão, as plantas e as árvores, começou a trazer um rastro de destruição. O único ponto seguro era minhas mãos, que ainda estavam protegidas graças as luvas. "Precisamos parar de destruir as coisas, Morbus. Eles vão nos seguir se continuarmos assim", o demônio me ignorou, e continuamos correndo. Ao nosso redor, as plantas tomavam uma coloração amarelada e a terra, começava a rachar e escurecer. Corremos por horas, nutrindo do poder sombrio do demônio, meus pés já doíam e em determinado momento, eu apenas cai. Fome, dores no corpo, anos sem dormir bem, a fadiga simplesmente me dominou.
"Continue maldita, continue..." tentei lutar contra a escuridão, mas ela me alcançou.

...



"Maldita. Humana. Estúpida." Pensei pausadamente me levantando do chão. Me aproximei de uma árvore qualquer, e tirei minhas luvas, tocando ela até apodrecer, descontando toda a minha raiva. Sorri, me sentindo extremamente melhor voltei a colocar as luvas. Corri noite adentro, pensando numa saída para o problema do nosso rastro espalhado. Havia algumas coisas que a Maldita não sabia e eu não perderia tempo em explicar. O primeiro deles, é que ambas estávamos sugando a força uma da outra. Eu adoecendo ela, e ela nublando meus sentidos e dificultando minha capacidade de controlar meus poderes. Alguns pontos nossos eram mais mortais que o simples toque, mãos, lágrimas, fluidos corporais e nosso sangue. Eu precisava controlar o toque a pele de alguma forma, ou acabaríamos sendo achadas em pouco tempo.
A corrida em si esgotava minhas forças, mais o peso de suportar as fraquezas humanas e a inconsciência da Maldita, só se transformavam em uma bagagem. Quando avistei um rio, decidi seguir sua corrente até esbarrar com um Vilarejo. "Onde há água. Há vida".
Quando estava prestes a amanhecer, avistei uma pequena vila. Meus olhos começavam a se apagar em exaustão, e eu imaginei que a humana logo despertaria. Olhei em volta do local, por entre os arbustos e ainda na floresta, encontrei uma cabana pequena, com um pequeno jardim e roupas no varal.
Me aproximei das roupas e peguei um vestido, ainda com as mãos enluvadas comecei a vesti-lo, usando minha máxima concentração para não destruir o pano. Depois de um tempo, o material e o meu corpo se adaptou. Bem nesse momento, a porta se abriu, a mulher idosa me encarou, e ao avaliar minhas asas e os chifres, tentou correr. Sorri de forma doentia e meus olhos brilharam.
Arranquei as luvas e ataquei a mulher sem piedade.

- Por favor... Não - O sussurro escapou dos seus lábios.

Sua pele enrugou ainda mais, e ela começou a enfraquecer. Continuei segurando seu rosto com minhas mãos, até sua carne começar a apodrecer e então deixei cair no chão.

- Fazia tanto tempo... - Lágrimas de felicidade escorreram pelo meu rosto, mas não me dei tempo de descanso.

Comecei a arrastar o corpo da velha para os fundos, e deixei ali, entre mais plantas. Da forma como deteriorou, não levaria muito tempo para se decompor. Voltei para frente, coloquei as luvas e adentrei a casa simples. Eram dois cômodos, um encontrava-se a cozinha e no outro seu quarto, com uma simples cama, a escrivaninha e vários livros espalhados. Passei a mão enluvada pela escrivaninha, e avistei algo que parecia uma carta. Me sentei para ler, meus pés que ainda tocavam o chão, ainda partia a madeira em diversas partes.

Spoiler:

Sinos tocaram na minha mente e toda situação me pareceu perfeita. Me levantei, cruzei o quarto e deite-me na cama. O corpo precisava descansar, e quando a humana acordasse, teriam muito que fazer.

...

Abri os olhos lentamente, me sentindo mais confortável do que me lembrava de estar, e o teto me encarou. A confusão me tomou por um tempo, e então me levantei por apressada. O quarto era repleto de livros, e me atordoou a ideia de estarmos fora da floresta. Aquele lugar... Pertencia a alguém "Oh deuses, o que eu fiz agora?". A resposta não tardou a vir.
"Não se preocupe Maldita. Ela era velha e sozinha, ninguém sentirá falta".
O monstro que se encontrava dentro de mim, falou parecendo orgulhoso. Eu apenas me ajoelhei, puxando meus cabelos e as lágrimas que caiam até o chão, fazia buracos no lugar. O demônio se calou em minha mente, parecendo respeitar meu luto. Em silêncio eu agradeci.
Quando me recuperei, ela contou seu plano e tivemos uma semana para nos prepararmos.

...

Inspirei profundamente, carregando comigo a mala. Nunca estivera tão bem, vestida e limpa. Alimentada. Mas a culpa não era capaz de me deixar, nem por um segundo. Desci as escadas, e adentrei a floresta. Acontecia da Academia não sendo tão longe dali, decidimos ir pela floresta, que era mais difícil de sermos rastreadas.
"Lembre-se do plano. Nos passarmos por Fell, adentrarmos a academia, procurar nos livros algo que nos separe... E então, as duas estarão livres. Não estrague isso, Maldita.".
Não me dei ao trabalho de corrigir a criatura, com as asas escondidas no vestido, somente os chifres estavam a mostra. Só me preocupei em arranjar uma desculpa para aquilo. Logo fomos caminhando, até nosso destino.

MDT - Florestas

Charlotte-

Já estávamos andando a horas e parece que nunca chegaríamos, tava começando a ficar com fome de novo. Parecia que só eu estava cansada, Raven eu até entendo já que é Fledermaus, mas e as meninas?

- Longe de mim querer atrapalhar, mas onde exatamente é o lugar que precisamos ir? Vai demorar muito para chegar?

Eu não queria reclamar mas estava cansada.

Era o que a Golmer estava temendo, bom teria que respeitar o grupo não queria que outra pessoa passasse mal, então diminuiu um pouco o ritmo.

-- Bom, perdemos muito tempo antes de sair, e depois, bom vocês sabem, melhor armar acampamento aqui e voltarmos a trilha pela manhã --

E pra diminuir qualquer suspeita pediu pra que Jenny pegasse uma das redes e a esticasse no chão. Se abaixou colocolando o menino com cuidado evitando o acordar.

-- Depois ele dormiu e tenho medo de o derrubar --

Mesmo sabendo que isso era improvável, não custava fingir que nunca carregou gente ferida por horas a fio ou passou noites inteiras em trilhas. Se lembrava do impacto que o mago lhe causou, pois o tomava como um garotinho inocente. Passou a orientar as meninas a procurarem o melhor lugar pra armarem as redes. Pois isso as colocariam fora da linha do chão onde existe o maior número de criaturas perigosas. E enquanto organizavam as coisas Annye tratou de preparar alarmes pra melhorar a segurança.

Foi quando Jenny sugeriu que fizessem algo quente pra tomarem, Meio a contra gosto Annye acatou montando outra fogueira num tronco oco que achou pra reduzir a probabilidade de serem rastreadas. Isso ia contra os protocolos.

Caçou em sua bolsa os sachês de chá, pois o achocolatado teria que ficar pra dar uma energia extra pela manhã.

Enquanto se organizaram pra dormir, Annye resolveu dialogar com o grupo suas "preocupações"

-- Depois com a luz do dia será mais fácil verificar onde estamos e se precisar corrigimos a rota, a professora informou que o posto iria ser armado a umas 1800 jardas, calculando daria umas 6hs de caminhada ou menos não sei, mas nesse breu não dá pra conferir no mapa. Então o melhor que temos a fazer agora é descansar e esperar. --

Raven

Eu não estava tão cansada, apesar de estar achando o caminho muito longo, parecia que nunca iria chegar,  mesmo assim precisávamos de um descanso. Assim que nos sentamos, Annye nos orientou, 6 horas não parecia ser muita coisa, pelo menos depois de um bom descanso, ainda tínhamos que arrumar tudo para ficarmos ali, me sentia um pouco em um acampamento, apesar de nunca ter frequentado um.

- Não parece estar tão longe, só espero não aconteça nenhum imprevisto no caminho.

Assim que ela começou a fazer o chá Charlotte foi a primeira a tomar devia estar mesmo com fome, eu não precisava, mas também peguei, um para mim, (iria misturar uma pastilha nele,) e o outro eu levei para Sky, mesmo ele dormindo precisava comer alguma coisa já que sempre esquecia.

- Ei acorda, Sky. Tem chá.

Chamei cutucando seu nariz, esperando despertar ele. Se não desse certo, quem sabe um tapa na orelha dele não resolvesse.

Sky:

Percebi que estava deitado no chão, não lembro quando foi que adormeci... apenas acordei reconhecendo a voz e senti seus dedos frio em meu nariz me fazendo sorrir antes mesmo de "reagir" abrindo os olhos -- Onde estamos?! lhe questionei um pouco atordoado.

E então me sentei pra beber o líquido fumegante que me ofereceu no copo me situando.

Raven

- Se você descobrir me diz, porque eu não sei. - Brinquei me sentando perto dele, misturando a pastilha de sangue no meu chá, as vezes era bom tomar algo quente. - Só sei que vamos saber melhor amanhã.

Sky:

-- Até parece.... então vamos passar a noite aqui?... -- acabei me divertindo com sua forma de dizer que não sabia ainda pra onde estavamos indo. Observei dissolver aquele sangue sintético no seu chá... devia ser uma situação um pouco complicada precisar de sangue num lugar como esse... percebi pela forma como o fogo foi aceso que não queriam chamar atenção mas me esforcei pra tentar buscar um pouco do ar quente pra perto de mim fracassado no processo apenas fazendo uma leve brisa passar entre eu e Raven.

Respirei com calma... isso exigiria muito mais treino, me lembro que a primeira coisa que Amai tentou me ensinar foi sustentar meu corpo no ar.   Fiquei semanas treinando sem sucesso até que consegui, mas também joguei toda a água da piscina nela...

-- Estava pensando nas coisas que aconteceram ontem... Alucard me disse que esse não era um lugar pra crianças como eu... acha que nos precepitamos? Tipo, temos o conhecimento, só que percebi que nem tudo que sei pode ser feito... --

Não era apenas eu, Charllote também estava se cansando e por mais que tivéssemos que manter a maior distância possível, minhas pernas daqui a pouco não iriam querer me sustentar, porém não queria reclamar, Annye estava carregando Sky e nem reclamava, mas a mesma achou melhor dar uma parada por ali. A ajudei a pegar uma rede e depositar o albino nela, não a armamos nas árvores, ele ficou no chão mesmo, talvez se o acordássemos... mas eu não queria, tudo que teria que fazer é falar para ele amarrar as pontas em uma árvore, mas não estava querendo conversar com ninguém, porém dei uma sugestão para Annye, já que estava com frio:

- Que tal uma bebida quente?

A morena não pareceu gostar da ideia, mas aceitou mesmo assim e quando vi o que ela iria fazer de bebida quente, torci o nariz. Não sou muito chegada a chá, mas se era a única coisa que tinha, não reclamaria, não queria fazer isso, não quando Annye estava fazendo de tudo para ajudar a todos nessa fuga, então enquanto a água era esquentada, fui armar minha rede e apenas me sentei nela quando o chá estava pronto. Minha amiga comentou sobre onde estávamos indo, de início congelei, achando que ela iria revelar nosso plano, mas quando mencionou a professora relaxei e mais ainda quando escutei o resto. 6 horas de caminhada, o que poderia dar errado?

- Vamos. - Respondi tomando meu chá com calma, não mencionei que iríamos ter que andar algumas horas quando acordarmos, mas não era como se fosse tão longe. Senti o vento passar por mim, notando que foi obra de Sky, ele sempre fazia isso.- Não é como se fossemos mesmo criança. Só porque não parece que agente é capaz de fazer uma coisa, não significa que a gente não consiga. E estamos aqui para isso, querendo ou não, alguém vai precisar dos nossos conhecimentos uma hora ou outra... Não dá pra fugir disso.

Sky:

... Quando foi que se tornou tão determinada assim?! ... me questionei ao ouvir o que disse, -- Tem razão ... -- disse    recobrando o ânimo que havia perdido, só seria derrotado se eu o permitisse sorri ... -- Amanhã vai ser outro dia... -- comentei e lhe dei minha mão pra levantarmos. E assim que ficamos de pé a abracei -- Obrigado! ... tem sido difícil, mas não vou desistir... -- a soltei.

E então recolhi a manta do chão, que na verdade era uma rede... equipamento interessante, mas ao mesmo tempo muito estranho ... as garotas já haviam armado o acampamento e então pedi pra que Annye me dizer onde era o melhor lugar pra mim.

Claro que tive que responder perguntas receber o alívio de todas por eu estar melhor. Apenas confirmei bem constrangido. Não pude impedir a golmer de assumir a tarefa, Annye era meio mandona. -- Desculpa estar dando tanto trabalho! --

Seu fogo não contribuía com a iluminação e tão pouco servia pra nos aquecer, perguntei se podia ajuntar umas pedras e madeira pra essa segunda função, Annye aceitou, mas claro não me deixou fazer sozinho, pedindo a Mikasa que fosse junto, aceitei, pois estavam apenas zelando por mim. Era estranho, mas agora não me irritava mais, eu acho....

Nos acomodamos, e mesmo não estando acostumado dormi fácil.

Já era dia quando acordei, não gosto de passar frio por isso percebi a variação do calor quando o fogo foi atiçando pros preparativos do café da manhã. Quando me sentei no intuito de ajudar recebi a "ordem" de descançar um pouco mais. Quase a questionei, mas então me contive lembrando que teve que me carregar um bom pedaço do caminho. Já me sentia bem. Suspirei me deitando de barriga pra cima encarando o céu... fora eu apenas Charllot ainda estava dormindo.

Mikasa igualmente durona terminava seu aquecimento matinal, pois já tinha executado suas tarefas e Raven conversava com Jenny sentadas na outra rede.

]
Raven

Sky parecia precisar muito daquelas palavras, já que parecia mais animado depois do que eu falei. Quando lhe dei a mão e levantamos, ele me deu um abraço, não estava esperando, eu pensei que iria somente me agradecer. Fiquei um pouco sem jeito- De nada. - Respondi o vendo se afastar e falar com as outras meninas. Eu decidi ficar um pouco no meu canto terminando meu chá, não que não quisesse interagir, mas estava um pouco cansada, e sonolenta então não conseguiria conversar por muito tempo e logo eu já iria dormir.

....
....

Eu nem percebi a hora em que cai no sono, só que acordei e quase todos, já haviam acordado. Me levantei me espreguiçando, Annye e Mikasa preparavam o café, eu perguntei se precisavam de ajuda mas elas disseram que não... Eu aproveitei para arrumar e verificar de novo os meus materiais que estavam na minha bolsa, eu esperava que não ocorresse nenhum imprevisto até chegarmos. Assim que terminei, me aproximei dá garotinha de cabelos brancos, e puxei conversa, acho que ainda não tinha conversado com ela nenhuma vez.

Golmer é golmer! Não importa a linha, Mikasa estava sendo de grande ajuda pra Annye. Mesmo que o treinamento de ambas fosse muito distintos, sua colega a mantinha no foco.

As duas acordaram cedo naquela manhã e Annye continuou atuando conforme o plano. Foi catar umas lenhas e fazer o reconhecimento do perímetro, procurando água entre outras coisas que são fundamentais.

Cada uma fez parte das tarefas e então começaram a preparar o café da manhã por pessoal. Nesse momento Annye se sentiu bem desconfortável pelo comentário que surgiu de Mikasa.

-- Sabe como é melhor estar prevenida! --

Não tinham frutas frescas então separou um pacote com maçã graceada. E com a panela fez um mingual de fubá pra comer com o último pacote de pão e deixou a lata de leite e o pacotinho com canela pra quem quisesse incrementar um pouco melhor a comida.

As outras meninas logo acordaram mais Anny já tinha tudo sob controle. E precisavam sair dali o quanto antes.

-- A comida está pronta, venham vamos comer, aí desmontamos o acampamento, hoje cedo já verifiquei a rota, acredito que conseguimos chegar lá antes do almoço. --

Isso daria um pouco mais de tempo pra tomarem distância, as buscas já poderiam ter iniciado e isso era ruim, pelos Wolfs e vampiros que podiam facilmente rastrear. Por sorte estavam quase num vilarejo onde poderiam buscar ajuda caso a escola tentasse levá-la a força. Quando chegassem nesse lugar seria a hora de contar todo o plano. E se desculpar caso ficassem bravos! Mas Annye imaginava que todos estivesse com saudades de casa, ou ao menos sentiam vontade de ter alguma notícia, como em seu caso já que treinamento por treinamento não fazia muita diferença o que pegava mesmo era os companheiros.

Sky:

Assim que Annye nós chamou pra comer me levantei e soltei a rede a dobrando e achei melhor guardar no meu equipamento pois nem sei de onde elas tiraram elas e os cobertores... -- Shion May dessa vez se superou ... -- os utensílios e a comida... era muito fora do padrão FAGWs onde na maioria das vezes se agente não pensava, que se virasse... ao meu ver seria o caso de termos dormido completamente ao relento.

-- Sim, eu estou bem melhor! -- respondi pra Mikasa quando a mesma se sentou do meu lado. Com toda as confusões em que me meti acabei me aproximando muito da espadachim... Acho que realmente do grupo todo só não conhecia Jenny, Annye... conversei com a albina no baile de premiação, mas acho que foi só isso mesmo ... E depois aquele diálogo antes de virmos pra Dhor Valle.

Annye eu nem sabia direito quem ela era ou é... -- Gosta de acampar? --perguntei pra golmer enquanto pegava a tigela com o mingual, escutando sua recomendação "come devagar, por que está quente"

Tinha feito muito frio naquela noite, tive que vestir mais um blusa de frio e me enrolar no cobertor, o bom é que consegui dormir. Pela manhã, escutava uma ou outra coisa, tanto do pessoal fazendo barulho por ondem pisavam quanto os próprios animais, mas estava com mais sono do que forças para conseguir levantar, então dormi um pouco mais, senti que foi por pouco tempo (talvez fosse apenas meu ponto de vista), pois quando enfim abri os olhos sentia cheiro de comida e ao me sentar na rede, Annye estava fazendo algo na fogueira. Só sai mesmo da minha coberta, quando a morena falou que estava pronta, junto com o aviso que sabia da rota.

Adicionei canela no meu mingau para dar um sabor a mais e voltei para minha rede, tive trabalho em me enrolar de novo na coberta, com uma tigela entre as pernas e sentada numa rede, por sorte não derrubei meu café da manhã e dei um jeito de me esquentar... bom, isso até a hora que a menina de olhos vermelhos veio até mim e se sentou ao meu lado, ofereci o cobertor a ela e foi quando senti sua pele mais fria, não estava com frio? Não tem problema, já que a rede já ajudava da gente ficar grudada, iria esquentá-la. Ela iniciou uma conversa e devagar fomos levando o rumo, ainda gaguejava, mesmo tendo passado esse curto tempo de viagem com ela, mas não tínhamos conversado antes, como agora:

- Você e aquele garoto albino, tem alguma relação? - questionei por vê-los ontem conversando e por como se preocupou quando teve o acidente no meio do caminho.

Raven

A menina que eu sentei junto foi bem gentil comigo me oferecendo seu cobertor,  mesmo que para mim, não fosse adiantar tanto já que sou vampira, mas agradeci a ela e aceitei. Ela parecia com bastante fome, ao contrário de mim, eu apesar de precisar comer não sentia tanta fome. Conversamos um pouco e ela parecia bem tímida. A sua pergunta seguinte me pegou de surpresa, quer dizer nem tanto, eu até entendia um pouco já que eu tinha uma aproximação grande com Sky.
- Sim e não. Eu e Sky somos bem próximos desde que cheguei na academia, ele é meu melhor amigo. E as vezes é como se fosse meu irmão. - Falei isso, mostrando um pequeno sorriso, acho que essa era a melhor forma de a descrever meu relacionamento com ele agora, apesar de ainda gostar dele um pouco mais do que uma irmã. Engraçado que quemvê falando assim nem parece que eu tinha brigado com ele e que eu fiquei sem conversar com ele. Enfim. - E você, tem algum amigo aqui? - Eu não sabia exatamente quando ela veio, apesar de que pela aparência, foi na época daquela viagem do acidente.

Realmente, os suprimentos pra jornada separados por Annye e Jenny chamaria a atenção. Primeiro foi a espadachim e Agora o comentário do albino que parecia conhecer a professora, algo não estava certo.

Pelos cálculos todos chegaram na escola tinha umas duas semanas. O garoto disse que morava num monastério e era órfão. Cada uma das crianças foi designada a um tutor.

-- Eu vi a forma como a professora te tratou, vocês já se conheciam de antes? --

A golmer percebeu que Raven e Sky tinham uma certa relação, diferente de Charlott que era mais quietinha do grupo. Mikasa sempre se mantinha na sua, Só que durante suas pesquisas em nenhum momento tinha visto os dois juntos.

-- Não é bem um gosto, aprendi no programa de treinamento. --

Annye não tinha o hábito de fazer coisas por serem divertidas, como pular em poças de lama ou se sentar em volta da fogueira apenas pra ter uma boa conversa. Como o grupo estava fazendo.

No seu pelotão teriam apenas se sentado e comido pra seguir com a atividade. Não que eles não soubessem trabalhar, eles sabiam. Mostraram isso quando foi preciso, se mantenho firme até depois que ela mesma acabou dormindo. Mas esse conceito de relaxar e ser criança. Era muito estranho.

Mikasa terminou e avisou que iria limpar as panelas. Annye apenas confirmou já que estava dialogando com o rapaz se permitiria entender melhor a forma de vida que tinham.

Achei fofa a relação dela com Sky, às vezes me sentia assim em relação a Mary, Dilan e Nick, principalmente os meninos, que pareciam dois irmãos mais velhos, um que me leva para o perigo e outro que quer tomar o máximo de cuidado, achava graça nisso. Mas acho que sentir isso de irmão, com alguém que não nasceu ou cresceu junto da gente, é diferente, eu acho... levantei os olhos para Annye após ter terminado meu café da manhã, eu não sentia ela ainda como irmã, mas gostava muito dela, foi a primeira pessoa que conheci aqui e que não senti tanta vergonha de conversar como os demais, até porque o jeito que conheci ela, acho que não permitia o sentimento de timidez, apenas determinação:

- Eu tenho apenas a Annye. - voltei a olhar para Raven - Comecei a conversar com Mikasa enquanto estivemos naquele vilarejo, mas não sei se já somos amigas e também bem pouco com Charllote. Quando estávamos trabalhando com as plantas.

Sky:

A golmer mantinha aquela postura militar, sempre atenta a tudo. Disse que aprendeu a acampar no seu treinamento. Por alguma razão achei que não soou  natural, tinha um que no ar... estranho, eu acho. Annye me estudava com seu olhar.

Mordi de leve meu lábio inferior, misturando o mingual com a colher. -- Pode não parecer, mas já tem alguns anos que nos conhecemos, a professora só quis me fazer manter o foco, tem sido muito difícil. Cometi vários erros de principiante... bom... talvez tenha que adiar algumas coisas... (suspirei voltando a comer) A ideia era terminar minha graduação esse ano... --

Mikasa pediu licença nos deixando ali a sós, percebi que Annye não entendeu. -- Depois do acidente, eu ainda não tinha entendido a profundidade disso tudo... Não ficou restrito apenas a nossa aparência.

Até então não sei como Annye estava lidando com o acidente, passar toda aquela semana com minha filha e a Ytzaliza achando que sou um péssimo pai, não estava entre minhas melhores recordações. O passado estava tão vivo em minha mente que os anos que vieram depois pareciam lembranças estranhas. Meio como as memórias que minha irmã me transmitiu... Aliais, não consigo mais me lembrar o conteúdo que compartilhou...ficou só a sensação...  Que chato... Se tem algo que realmente me incomoda é isso, eu acho... não é nada legal mexer na mente dos outros.

-- Acredito que também não esteja sendo fácil pra você -- continuei voltando a comer.

-- Eu pensei que, assim como eu, você chegou na escola naquele dia. --

Annye agora estava um pouco confusa, pois Sky falava com muita propriedade sobre o acidente, embora tenha dito que não o compreendia completamente, e que essa atividade estava sendo esclarecedora.

A golmer também estava entendendo a essencia da escola um pouco melhor depois dos resgates. A professora chamou o Anão e o outro jovem encrencreiro. A diferença é que do grupo a maioria estava desacordada.

-- Ja conversamos muito, melhor pegar a estrada! --

Decladou antes que acabasse falando o que não devia, tinham que chegar no outro vilarejo antes de falar os verdadeiros motimos pros tres. Então Annye se levantou e foi agitar as meninas

-- Quem ja terminou pode usar a água da garrafa pra limpar o prato. Vamos desmontar o acampamento e continuar --

Raven

- Entendo. - Acho que deve ser meio complicado para os recém- chegados se enturmarem, principalmente ele a que parece bem tímida. - Charlotte é bem próxima de Yriad, sua amiga aqui. Yriad principalmente gosta muito de se enturmar então logo logo você faz mais amigos. Também tem os meninos, Devon e Inaba, e a Helena...

Sky:

O que foi que aconteceu?! Ate onde eu sei estavamos apenas conversando... não a questionei me apressando pra terminar de comer.

Annye pareceu extremamente incomodada quando comentei que o acidente trouxe problemas... "assim como eu ... chegou na escola naquele dia...

Foi então que me lembrei que Annye foi uma das que estavam dominada pelos pecados... cada hospedeiro teve sua vida afetada de uma forma diferente. Então era como se a garota estivesse conhecendo o grupo outra vez.

Busquei manter o foco, pois se desse margem aquilo iria longe.

Raven parecia tão diferente de antes, a menina que vi querendo sair daquele lugar chamado academia e voltar para casa, agora conhecia várias pessoas e estava sugerindo a mim conhecer elas e todos que eu me lembro, são mais velhos que estavam ou cuidando da gente ou só estando lá, porque todas as crianças estão agora aqui comigo e Annye, não é? Porque ela falaria algo tão diferente de alguns dias atrás? Isso não parece certo... a olhei um pouco confusa diante daquela sugestão de conhecer o pessoal para serem meus amigos, mas antes que a respondesse, escutei a voz de Annye pedindo para continuar:

- Bom, vou lavar minha tigela e arrumar minhas coisas, depois conversamos. - não sabia exatamente o que falar para ela, então apenas aproveitei a deixa que foi dada para mim, de arrumar nossas coisas. Peguei a garrafa de água como Annye falou e passei água pela tigela para lavar, depois busquei retirar a rede da árvores, dobrar ela e o cobertor, buscando agora como guardar eles.

Gu

Raven

Notei que ela saiu um pouco apressada ou foi só impressão minha, talvez, afinal Annye havia a chamado. Eu também levantei, e arrumei as redes e a barraca, junto com as minhas coisas, afinal ainda tínhamos muito tempo de caminhada.




Charlotte

Eu tinha acordado fazia pouco tempo, estava um pouco perdida nos acontecimentos por isso decidi apenas ficar quieta e ajudar, depois de comer claro, já que acordei morrendo de fome. Eu sentia muita fome  mas parece que depois que virei criança piorou. Enfim eu fiquei mas na minha ajudando no que podia pelo menos até a hora de sair.